sábado, 15 de setembro de 2012

                          PALESTRA EM CUNHA: Depressão- não deixe que esse mal atinja você.


DEPRESSÃO

De repente, deixei de sonhar, deixei de amar
Passei a sofrer... deixei de viver

Deixei de sentir o aroma das flores
Já não ouvia o sussurro da fonte
Surda fiquei ao gorjeio dos pássaros
Que ao entardecer cruzavam o horizonte!

Que vida! Mais um fiapo humano
O colorido crepúsculo, agora era cinza
Cinza as flores, cinza o céu e o sol, mesmo ardente
O corpo doente, o espírito descrente.

Nas alvoradas, mornas madrugadas
Que nos velhos tempos inspiravam poesias
Chegavam agora apertando o peito, trazendo agonia.

Lágrimas sentidas marcavam-me a face
O peito ardia, coração gemia
Em enfermidade prostrou-se o corpo
Espírito em conflito se debatia.

Os lábios calaram-se, nem preces proferiam
As faces perderam a cor e o brilho
Olhos opacos, imensos vazios
Perdia-se no nada, um infeliz andarilho

Prostrei-me uma tarde, no duro chão
Unindo as minguadas forças do meu coração
Pedi ao Senhor, que me enviasse uma luz
E me aliviasse o peso da cruz.

Ele me ouviu e nas trevas uma fresta se abriu
Um fio de luz, uma pálida esperança...
Um rosto, um sorriso, uma mão amiga
Estendeu-se a mim como um sopro de vida

Desvendou-me os olhos e devolveu-me as cores
Aos poucos consegui retomar os sabores
Suas sábias palavras me tocaram a alma
Trazendo a doçura de meus amores

Voltei a sonhar
Voltei a amar
Deixei de sofrer
Voltei a viver

Nessa tarde que agora se finda
Contemplando inebriada, o espetáculo da vida
Elevo a meu Deus uma prece comovida

Obrigada Senhor, só agora compreendo
Em nenhum momento Vós me abandonastes
Queria apenas desvendar meus olhos
Para que eu mais de perto vos acompanhasse

Colocastes-me a dor para que eu reconhecesse o verdadeiro amor
As lágrimas que de meus olhos rolaram, só me purificaram
Quando pensei que me faltaríeis, eis que vos encontro e em vosso colo vós me carregastes.

Sei que no recanto mais lindo do céu
Vós preparastes o mais belo jardim
Para essas pessoas que iluminastes
E que suavizam as dores da vida
Aroma de flores, aquarela de cores, o mais fino véu
Para que tenham um repouso sem fim

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