Folheando a revista
Super Interessante deparei com um artigo que me chamou a atenção: A reinvenção
na escola.
Gostei
muito da introdução que dizia:
“Sim, o
professor vale mais que o Neymar. E sem investir neles o Brasil continuará semianalfabeto,
mas a solução só virá mesmo com algo maior: uma revolução nos métodos de ensino”.
Minha
curiosidade se aguçou. Vamos ver então o que está propondo o educador português
José Pacheco.
De início uma
professora faz um comentário, muito admirada como se fosse algo de inédito: “os
alunos estão saindo do ensino fundamental sem saber decifrar palavras.” Nossa!
Só isso que ela percebeu? Se tivesse analisado as demais matérias teria se
admirado ainda mais. A educação está em estado caótico, cara professorinha!
Primeiro, os alunos não estão saindo do ensino fundamental, estão empacando no
ensino fundamental, pois no nono ano são avaliados e constatam que não têm
condições de prosseguir para o ensino médio. É por essa razão que vemos tantos
adolescentes ociosos, pois não têm condições de continuar os estudos e não
conseguem também arrumar emprego. Servente de pedreiro, talvez, que não
necessita realizar cálculos, mas isso muitos não querem. Preferem partir para
dinheiro fácil e aí caímos na realidade dura e assustadora dos nossos dias.
Daí entra o
tal José Pacheco, dizendo:
-A escola
reproduz um modelo baseado na decoreba de assuntos desconectados da prática e
não consegue estimular os alunos a aprenderem nem sequer o tal “mínimo”.
Ri para não
chorar: tinha que sobrar para o professor!
- O professor
pode ganhar dez vezes mais que não vai adiantar se continuarem a repetir as
práticas de hoje. A solução é mudar a cultura da escola- completou.
Achei que ele
está um tanto desatualizado, pois com o construtivismo muito coisa foi mudada,
as escolas têm computadores e todos os alunos já têm um conhecimento mínimo de
como lidar com eles, para jogar, por exemplo, eles apresentam completo domínio.
Mas ainda
esperançosa, continuei a leitura em busca de uma solução para resolver o nosso
maior problema, pois tudo depende de um povo bem preparado, não é o que vivem
dizendo? Pois é...
Tomei conhecimento
do projeto por ele sugerido: o conhecimento é assimilado de forma integrada,
tudo ao mesmo tempo. Os alunos desenvolvem projetos sobre assuntos de seu
interesse, em equipe. Não são separados por idades nem por conhecimentos já
adquiridos. O professor desce do pedestal. A descentralização da autoridade e a
valorização da liberdade do aluno são marcas centrais dessa escola inovadora.
Será que tem
chance de dar certo? Como será que pretendem por essa ideia em prática?
Quando se
trata de teoria é fácil. Colocam os alunos como membros interessados no processo
educativo, ávidos por conhecimentos, com total domínio sobre regras sociais
para trabalhar em equipe.
Não li em nenhum
parágrafo como seria explorada a aprendizagem da língua portuguesa, nem
abordagem sobre produção dos diversos tipos de textos. Também nada foi colocado
sobre como os alunos exercitarão cálculos. Isso é o que podemos chamar de
projeto desconectado, não acham?
Caí num desânimo total. A progressão continuada
ainda tem chance de ser mais prejudicial, com a inclusão e total liberdade dos
alunos para escolher o que desejam aprender será o caos total. E se, num acúmulo
de quarenta alunos, cada um tiver uma ideia? E pode ter certeza que ideia eles
têm, são espertos, criativos, têm energia para dar e vender, mas são sem
educação que além de não vir de casa, a escola também não está tendo condições
de acrescentar nada. Não estou vendo saída. Pensei que estivessem preocupados em resgatar valores, incentivar atitudes coerentes,mas foi mera ilusão...
Pois é Zilda esses teóricos acham que eles tem solução para a educação.É muito fácil dar pitaco, quero ver eles dentro de uma sala de aula.Com certeza fracasso total.A anarquia iria tomar conta.
ResponderExcluirBom bom seu artigo.Parabéns!
Fico muito honrada com sua vista, amiga! Obrigada pelo comentário! Só quem enfrenta o dia a dia de um sala de aula sabe que sem ordem não há progresso, concorda?Fico preocupada com o futuro de nossas crianças. bjs!
ExcluirOi querida Zilda!
ResponderExcluirVocê pelo visto continua engajada na vontade de fazer um Brasil de verdade. Muito me orgulho de ti por não abandonar essa causa. Eu lhe pergunto: -Se no nosso tempo a educação funcionava, por que agora não funciona mais? Existem interesses escusos por detrás de tudo isso e penso que a única forma de se resolver a questão seria por meio de "acalentar sonhos e esperanças, fazendo da fé dos jovens a inspiração maior.Incentivá-los a buscar nas pequenas coisas, um grande motivo para serem felizes!" Mario Quintana". Quando eu estudava tinha no esporte, na arte e na música um incentivo para querer ir bem também nas outras matérias. Por quê as autoridades não devolvem essas matérias dignamente para as escolas? Tipo: e a Educação, Moral e Cívica que se ensinava? Poderia haver também noções de sexualidade. Mas para que o aluno não reprovasse, deveriam estimular a eles com prêmios que lhes interessasse. Não sei se falei demais, mas acho que voltar no tempo ainda é a solução para o estudo, mesmo que os eletrônicos estivessem juntamente atuando. Bjs amiga! Parabéns por esse espaço cultural.
rsrs...Que tal ser o próximo Secretário da Educação? É exatamente isso que está faltando, amigo poeta. Eu consegui muito me utilizando de jogos, músicas, competições sempre focadas na aprendizagem. O que está acontecendo atualmente é que joga-se muitos incentivos aleatoriamente. Os eletrônicos também podem ajudar se for com metas direcionadas. Obrigada pela visita, me sinto muito honrada Bjs!
Excluir